Milton Nascimento é o artista escolhido para ser laureado na terceira edição do Prêmio do Compositor Brasileiro, criado pela União Brasileira de Compositores (UBC) em 2017. Ele vai receber em 15 de outubro – em cerimônia restrita a convidados na Casa da UBC, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) – o prêmio que já foi concedido a Gilberto Gil (na primeira edição, em 2017) e a Erasmo Carlos (em 2018). Como o prêmio é dado a um compositor pelo conjunto da obra, qualquer láurea de Milton Nascimento nesta área é mais do que merecida. Desde que a cantora Elis Regina (1945 – 1982) apresentou a Canção do sal em álbum de 1966, o Brasil se deparou com a obra de compositor original, a rigor lançado em disco dois anos antes pelo Conjunto Holiday, em gravação instrumental da música Barulho de trem, editada em compacto de 1964. Sem se parecer com nenhum compositor pré-existente, Milton construiu obra única que fundiu, com mistura fina, sons da MPB, do jazz, da música latino-americana, do samba-jazz, da música sacra, das trilhas das Gerais – inclusive o barulho do trem que atravessa toda a obra desse compositor de origem acidentalmente carioca e alma mineira – e do rock feito no universo pop dominado nos anos 1960 pelos Beatles. Somente o cancioneiro criado por Milton Nascimento entre 1967 e 1979 – com parceiros como Fernando Brant (1946 – 2015), Márcio Borges e Ronaldo Bastos – já seria suficiente para inserir o artista entre os maiores compositores do mundo em todos os tempos.
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